segunda-feira, 16 de abril de 2012

Romanesca utópica



Subi na mais alta das montanhas
Queria ter uma visão ampla do meu mundo
O céu era plúmbeo
Minhas ideias utópicas
Muitas pessoas estão lá em baixo
Eu vejo marionetes
E não humanos
Interditando-se de ser o que são
Proibindo-se de ouvir seu coração
E vejo marionetes sofridas,
Depressivas, influenciáveis, frias
Quem manipula estes bonecos, trata-os com escárnio
Fico horrorizada
Sou idealista
Vou até a beira do abismo
O vento de repente atinge-me ferozmente
Me choco em uma visão intragável:
Você está no meio das marionetes
Títere, sem ideais
Manipularam seu coração e assim choro tristemente
Um planger afônico que toma conta de mim
Vejo você sorrindo, escarmentado
E queria saber de que e o motivo
Por que ri enquanto choro?
Aplaque a dor, a minha dor
E rompa as correntes da manipulação
Escute seu coração
Julieta e Romeu do século XXI
Por favor, não se torne mais um
Seja o único
Você quer perorar inconsequentemente nossa história
Enquanto eu, sonhadora barda
Esperando sentada no abismo montanhoso,
Você se libertar
Dizem que o que estamos passando
É um prefácio de nossa história
Eu não sei de nada, 
Expectativas é uma palavra que machuca para quem é romanesca
E continuo irredutivelmente intrépida
Sentada, com o coração na mão
A sua espera

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