sábado, 31 de dezembro de 2011

Onde quer que eu vá

                
     Eu te vejo e te sinto aonde quer que eu vá. Por mais longe que esteja, a cada passo que eu dou te carrego comigo aqui dentro. A cada lágrima que cai dos meus olhos. A cada suspiro de saudade. A cada sorriso que dou quando você vem em minha memória. Engraçado isso, mas tudo em você completa cada milímetro em mim, seja no meu jeito de ser, se falar ou de agir. És o oposto de mim. O preto do meu branco. O sorriso da minha tristeza. A estrela do meu céu nublado... E o que me dói é que não sei se é a mesma coisa contigo em relação a mim. =/

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sou mais ou menos isso daí

    
    Eu tenho um sério problema em acreditar nas pessoas e depositar nelas uma confiança que, se eu parar pra pensar bem, elas não me oferecem. Me derreto com babacas que fazem milhares de promessas e não as cumpre. A culpa é da ilusão que histórias de contos de fadas em que eu lia muito, me dando de herança ao longo do tempo. Príncipes encantados, pessoas perfeitas, sei que não existem mas sismo em acreditar. E minha personalidade forte se embaralha entre amar... e amar.
    E sonho com uma felicidade baseada em livros e comédias românticas. Aonde está o cara que vai esbarrar em mim na rua, pedir desculpas, olhar no fundo dos meus olhos e se apaixonar perdidamente por mim? Na minha vida humilde só aparecem pequenos seres rastejantes que chamo de covardes em que pergunto:  "Devo desistir de você?" Torcendo para que ele diga: "Não, não desiste, eu te amo". Quando na verdade me diz: " Não quero que você desista, mas é melhor desistir." QUANDO VOCÊS VÃO DIZER AS PALAVRAS CERTAS? Me irrito profundamente com isso. Decepção level 1000.
    Eu sou daquelas que grita, xinga, chora, cai, levanta, se decepciona, que te deixa em paz, que faz da sua vida um inferno, que insiste, que trata bem, que se revolta, que se lamenta com o travesseiro, que lembra, que sorri quando lembra, que chora por você esquecer. Sou crítica, egoísta, irritante, complicada, sincera demais. Não sou frouxa, se coloco algo na cabeça eu faço. Sou teimosa. Quero te bater, te morder, te beijar e amar. Nada mais que isso e nem nada a menos. É simplesmente isso aí.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Será que eu devo desistir de você?

   
    Sempre me faço essa pergunta desde que você 'incorporou' uma outra pessoa, uma pessoa que começou a me machucar por dentro... Vejo você seguindo sua vida enquanto me prendo mais em você e na falta que me faz. Não tem medo de me perder totalmente? Não tem medo de outra pessoa ocupar seu lugar? Porque eu tenho esse medo. O que fez com o amor que diz sentir por mim? Jogou na pia do banheiro, abriu a torneira e deixou ele ir pelo ralo? Passou uma borracha no seu coração? E eu? O que faço com o amor que sinto por ti que é grande? Me responda...
    As vezes me dá uma vontade de largar tudo e ir contigo viver num tempo chamado sempre. Mas aí lembro que só por um milagre você faria isso por mim... Não deixe que ocupem meu lugar em seu coração, se eu tiver um lugar... Eu iria até o fim do mundo por você, mas o que mais dói é que você não iria por mim.
    Eu sinto falta do seu abraço, de me sentir segura em volta dos seus braços, das risadas que dávamos sentados na calçada e suas piadas mais sem graça do planeta que eu adorava só porque depois de contada você sorria. Tá doendo muito sem você aqui... E em você? Dói sentir minha falta?
    Você me dá motivos pra desistir e ao mesmo tempo de insistir nesse sentimento. Eu preciso de ti... Me responda por favor o que devo fazer. O certo é desistir de você?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Uma menina sábia perdida por ai

      
   Estava numa praça olhando tudo ao meu redor. As crianças brincando. Cachorros correndo pela praça. Casais namorando tomando sorvete de flocos. Eu, com um romance na mão, achando uma baboseira tanto amor no livro. "A vida nem é assim", pensei.
    Do nada, uma garotinha, que devia ter 6 anos de idade, sentou do meu lado, com um sorvete na mão. Ela, branquinha, com seus cabelos cacheados meio loiro, com o olhar mais inocente do mundo, ficou me fitando com o olhar inquestionável, como se quisesse saber sobre o que é ser adulto. Olhei-a com ar de "pode perguntar sobre qualquer coisa, menos de amor". A menina olhou pros lados e me disse:
    - Tia, como é ser uma menina mais velha?
    Tirei os meus olhos do livro e a olhei. Pensei um pouco. Não estava muito segura sobre o que responder para uma menina de 6 anos. Minha resposta podia dar-lhe motivos para crescer ou podia estragar a vida dela. Infelizmente, a menina me lembrava a quando eu era criança. Eu era exatamente igual a ela. Mas nunca fiz essa pergunta pra ninguém, porque eu queria crescer. Hoje me arrependo de não ter sido tão inteligente em não ter feito uma pergunta dessas...
    - Bom... Hum... - Eu estava preparando as palavras para não assustá-la, mas só vinha palavrões na cabeça. - Qual é o seu nome, menina?
    - Meu nome é Alice. - diz ajeitando o vestido. - E qual é o seu, moça?
    - Meu nome é Drieli, mas como todo mundo erra meu nome, pode me chamar de Dri.
    - Então tia Dri, como é ser uma menina mais velha?
    Eu não sabia o que dizer, qualquer palavra mal formada podia fazê-la correr de perto de mim.
    - Bem Alice, a vida é muito boa na sua idade, sabe? - Tentei rodear a resposta pra não falar besteira. - Não precisa se preocupar em querer saber sobre ser mais velha. Aproveite sua idade.
    - Mas tia, eu não quero crescer. E sei que os adultos não amam, não tem coração, são feios e egoístas.
    Olhei pra garota assustada. Queria dizer-lhe que não era bem assim. Mas parei pra pensar bem. E ela está certa em todo o caso. "Meu Deus, de onde ela veio?" A menina era mais esperta que eu.
    Enquanto eu estava pensando em como a menina sabia o significado de egoísmo, ela emenda:
    - Minha irmã chora todos os dias por um garoto que ela diz que é um besta. Eu não gosto dele, só por fazê-la chorar. Vejo ela reclamando que meus pais não dão espaço pra ela crescer e ficam cobrando-a a ser adulta. Mas tia, se eles a tratam como criança, como ela pode ser adulta?
    Eu olhei pros lados. Não havia palavras em minha mente naquele momento. A garota é uma sábia mirim. E só tinha 6 anos.
    - Infelizmente Alice, os adultos são tão crianças como você. Na verdade, os adultos são crianças sujas e ranhetas, que se perdem nesse mundinho chamado Terra. Eles estão mais perdidos do que qualquer outro ser do mundo. Quando crescemos, esquecemos valores de infância: Amor, respeito, tolerância, dignidade e até a honestidade. Poucos são aqueles que podem ser considerados humanos. A maioria são projetos mal formados. A ignorância, a ganância e outras 'âncias' corromperam eles, projetos mal desenvolvidos.
    Ela me olhou como se já soubesse disso. E na verdade sabia.
    - Tia, eu só tenho 6 anos, mas ao meu redor eu vejo as coisas e as entendo, mesmo sendo criança. Eu não quero amar, e se por acaso eu vier a amar alguém vai ser por alguém que já tenha feito tudo por mim. Eu sou pequena e tenho um coração pequeno. Quando eu crescer não quero que meu coração tenha cicatrizes por causas de idiotas como o garoto que minha irmã gosta. Vou viver só pra mim. E que se dane os meninos. Nós meninas crescemos e largamos nossos brinquedos. Os meninos crescem e se prendem mais a carrinhos e videogames. Só um tiquinho de meninos que crescem e se tornam meninos grandes e que valorizam os sentimentos. Eu vejo você tia. E vejo que sofre por amor. Liga não. Um menino grande que te falei vai aparecer na sua vida. E vai valorizar você. - Ela olha pro sorvete derretido. - Não quero mais isso. Já me sujou. Nada que suja serve pra nós. Isso vale no amor também.
    A menina levanta e vai caminhando em direção a mãe dela que se encontra em algum lugar. Com essa pouca idade, a vida já lhe mostrou que não é nada fácil crescer.. A garota só tem 6 ANOS e é mais inteligente que eu. Eu , de boca aberta, sem palavras literalmente,a chamei e só consegui fazer-lhe uma  pergunta assustada :
    - Alice, você brinca de boneca?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Uma história real, uma cena quase real e um desabafo sutil

               
   Eu me vejo num bar. Uma espelunca de bar. Estou sentada numa mesa, afogando minhas mágoas na vodka e desabafando com o Zé, sentado ao meu lado. Estou um caco de mulher, uma sombra do que já fui um dia. Dilacerada pelas decepções da humanidade e pela ignorância dos homens. Eu olho pro Zé com os meus olhos borrados de rímel por causa de tanta lágrima que cai deles. Zé não opina em nada. Só ouve meus lamentos de mulher romântica e sofrida:
    - Zé, você é um daqueles panacas que parte o coração de uma mulher? - Eu digo soluçando - Porque se for, meto-lhe a mão na cara.
    Zé olha pra mim com o semblante totalmente tranquilo e atento as minhas angústias, mas não diz nada.
    - Zé, você sabe minha história? Eu mais uma vez acreditei em palavras e me estabaquei no chão outra vez. Dizem com tanta certeza que amam, que a gente até acredita fielmente. Babaca. Só posso ser uma babaca. - Soluço mais uma vez e tomo mais um copo de vodka. - Eu amo um cara. Porra, isso não é novidade pra você. Vivia falando dele... Ele era um príncipe, cuidava de mim, me sentia segura quando ele me abraçava, dizia que não queria me perder. Dizia que o que ele sentia por mim era maior que amor. Mas na hora da dificuldade, na hora que ele deveria demonstrar isso, foi o primeiro a cair fora. Covarde!
    Começo a chorar. Não só por sofrer por amor, mas por raiva das pessoas usarem as palavras em vão. Zé continua me olhando intacto. Não há nenhuma expressão em seu rosto. Eu nem ligo, o que eu quero mesmo é desabafar e enfiar minha cara na bebida.
    - Vocês homens, prometem o mundo e não tem capacidade de cumprir nem um terço disso. Queria dizer que sou forte, que não preciso dele, que ele é só mais um cara insignificante que Deus colocou na minha vida pra aprender de uma vez por todas que homem não merece nenhum pedaço sangrando do meu coração. Queria dizer que não sinto a falta dele. Que nem lembro dele e não durmo com vontade de abraçá-lo. Queria ter a coragem de dizer que ele não foi nada pra mim. Mas Zé, eu não gosto de mentir. Se eu dissesse isso, seria a maior mentira do mundo. Porque, infelizmente, sinto falta de tudo dele. - Começo a chorar descontrolavelmente e deixo cair o copo de vodka da minha mão, levanto da mesa e começo a falar alto, pra todos ouvirem no bar - Eu sei o que vocês todos estão fazendo aqui nesse bar. Estão afogando as mágoas do amor nesses vários copos de bebida. Que tem o coração partido por um idiota ou uma idiota que diz que te ama e depois pede pra esquecê-lo. Que nem se importa em saber se você está bem. Que não sonha contigo. Que ligou o "foda-se" pro que disse que sentia por você. Esquecem que somos humanos também e que temos um coração com o nome da pessoa gravado dentro. Queria ser forte o suficiente pra dar um murro na cara dele, sorrir depois da porrada e dizer: "Ô menino, EU TE AMO, seja homem e lute por mim já que diz que ama". Mas as coisas infelizmente não soa assim para quem é extremamente carinhosa ou sentimental. Na verdade a cena seria diferente, porque se estivéssemos frente-a-frente, a única coisa que gostaria de fazer era beijá-lo. Que merda, sou toda errada e sei que vocês aí nesse bar são a mesma coisa. Somos fracos por amar muito nesse mundo onde a moda do momento é ser uma pedra e não amar ninguém. A mentira domina aqueles que dizem amar sem saber o significado desse sentimento. O cara que queria até ter filhos comigo, disse que é melhor eu procurar outra pessoa, porque não seria feliz com ele. Que desculpa barata! Eu que tenho que saber disso. A final a vida é minha.
    Fico meio tonta, Zé me segura e coloca-me sentada na cadeira. Mas estou elétrica, eufórica, com raiva. Levanto dando um soco no nariz dele sem querer. Mas não ligo. Ali estou numa guerra com os homens. O Zé é homem. Então vou porra-lo também.
    - Vocês, pessoas que acreditam ainda no amor e sabem o que significa essa palavra, ouçam-me. - Pego uma garrafa de vodka agora e faço o de microfone. - Eu tenho a consciência de que as pessoas que amamos não valem uma única mísera lágrima que cai dos nossos olhos famintos de atenção e carinho. Ninguém vale um único dia deitados no quarto chorando e desabafando com nossos travesseiros. Aliás, nem nosso travesseiro merece isso. As pessoas não merecem as lembranças e saudades que bate em nosso coração e mente. AMAR MEU POVO, SÓ PRA QUEM MERECE. Ou apague do dicionário, como a maioria das pessoas parecem ter feito isso no mundo, o verbo amar e seus derivados. Porque o mundo parece seco e quem transformou o nessa merda toda são esses por quem estamos chorando. Porra, nascemos num planeta que não foi feito para nós. Vivemos com pessoas que não foram feitas para nós. Porque amamos e sabemos amar. Mas meu querido povo bêbado, somos os que mais se ferramos aqui. Reparou isso?
    Levanta de uma mesa, um cara alto, bonito e sofrido, que diz:
    - Eu amo uma garota. Mas ela vive fazendo meu coração de pingue-pongue. A raiva desse sofrimento é tão grande que juro pra todos vocês, gostaria de cuspir nela de tanta raiva por tudo que ela me fez, prometeu e não cumpriu.
    Eu já sentada no chão, praticamente caindo aos pedaços, disse:

    Algumas pessoas levantam e vão embora, com suas expressões faciais mais tristes e sofridas. Talvez ali percebessem que amor é para poucos. O resto desconhece isso e finge com suas ignorâncias humanas que sabem sobre esse sentimento. E fica nessa bola de neve inconstante. Um ama. O outro diz que ama. Esquecem de provar...
    Zé continua caído com o nariz sangrando. Eu não me importo. Ele é homem, duvido que não tenha partido o coração de alguém. Ele tem cara de dizer que ama mas na verdade não ama. Cansei desse lenga-lenga. Levanto, pego minha garrafa de vodka, cuspo no chão e vou embora. Não pretendo voltar.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Eu sou igual a um copo de vidro

                     
   Sim, sou igual a um copo de vidro. Pegue-o e jogue no chão. Ele irá se quebrar. Agora peça desculpas ao copo e veja se ele voltou a ser como era antes. Ele não virou. É assim que eu sou.
   Você sempre me trata mal quando eu mais preciso de você. O engraçado é que nem nota isso. Pelo menos eu acho que não nota. Espero continuar pensando assim... Você age como se eu fosse um cachorro e eu insisto em te querer. Isso é se amar? É... eu sei que não.
   Eu te amo e estou cansada disso, e eu nunca falei tão sério em toda a minha vida quando eu digo que cansei de ser mal-tratada. E que cansei de te procurar pra levar 'na cara'. Não nasci pra isso, na verdade ninguém nasceu. O mundo meu amor, está cheio de palavras, as atitudes é a moda do momento. Não adianta você pedir desculpas toda a hora que faz algo errado e que parta meu coração e depois fazer de novo, infinitamente. Se não se tocou ainda, eu sou humana como você. Sou de carne e osso, com um coração batendo com seu nome escrito nele, um sentimento... Só que não tenho mais forças pra suportar o tratamento que tem comigo, além de sentir sua falta, de te querer do meu lado, de me completar contigo. É demais pra mim.
   Eu só quero que aprenda a dar valor ao que sinto... É difícil?