segunda-feira, 23 de abril de 2012

Corte



Posso?
Eu quero retratar minha dor
As cores mesclam sempre com o cinza
O tempo se tornou uma losna
O gosto é horrível
Sua voz adocicada me transforma e me adormece
Mas seu rancor fere-me por dentro e entristece-me
Sonhei com seu beijo mais uma vez
Sua boca vermelha encostando suavemente na minha, trêmula
E uma onda de sentimentos bons anestesiam minhas cicatrizes
A distância nos aproxima
A proximidade nos afasta
Vida plúmbea
Sempre sem você
Esperanças me alimentam
Os sonhos trazem-o para mim
A realidade afasta-o
Um abraço me segura daqueda deste abismo
Brisa fria me arrepia
Um simples toque me aquece
A dor padece
E ressucita devagar e mais forte
Estou sem sorte
Olho pro horizonte
Meu coração bate mais forte
E consequentemente,
Surge mais um corte
Profundo corte...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Anjos


Vozes de anjo susurram em meus ouvidos
Eu flutuo no meu espaço
Uma espécie de astronauta
Procurando uma estrela
A mais brilhante
Porque um dia eu disse
que a estrela que mais brilhava no céu
Me lembrava você
Encontramos um modo de pedir a Deus baixinho
Que nossos olhares se encontrem mais uma vez
Porém, continuo flutuando
Em órbita
E você perdido por aí
Continuo ouvindo os anjos falarem baixinho
Eu me movimento rápido
Uma dor anestesiada nos guiam em direções opostas
Um vazio aquecido
E determinadas vezes, por você, esquecido...
E no nosso universo, 
Continuo flutuando em procura da estrela...
Será que pode me ouvir?
Perco a razão
O ar fica pesado
O amor? Conviveremos ocultando-o
Os anjos ainda me guiam
E dizem pra que eu espere só mais um pouquinho
Só um pouquinho
E uma estrela ao longe, brilha intensamente pra mim
Você.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Romanesca utópica



Subi na mais alta das montanhas
Queria ter uma visão ampla do meu mundo
O céu era plúmbeo
Minhas ideias utópicas
Muitas pessoas estão lá em baixo
Eu vejo marionetes
E não humanos
Interditando-se de ser o que são
Proibindo-se de ouvir seu coração
E vejo marionetes sofridas,
Depressivas, influenciáveis, frias
Quem manipula estes bonecos, trata-os com escárnio
Fico horrorizada
Sou idealista
Vou até a beira do abismo
O vento de repente atinge-me ferozmente
Me choco em uma visão intragável:
Você está no meio das marionetes
Títere, sem ideais
Manipularam seu coração e assim choro tristemente
Um planger afônico que toma conta de mim
Vejo você sorrindo, escarmentado
E queria saber de que e o motivo
Por que ri enquanto choro?
Aplaque a dor, a minha dor
E rompa as correntes da manipulação
Escute seu coração
Julieta e Romeu do século XXI
Por favor, não se torne mais um
Seja o único
Você quer perorar inconsequentemente nossa história
Enquanto eu, sonhadora barda
Esperando sentada no abismo montanhoso,
Você se libertar
Dizem que o que estamos passando
É um prefácio de nossa história
Eu não sei de nada, 
Expectativas é uma palavra que machuca para quem é romanesca
E continuo irredutivelmente intrépida
Sentada, com o coração na mão
A sua espera

domingo, 15 de abril de 2012

Desenlace


Impressionantemente estranho
Sonhei contigo
Um sonho que me tirou o ar e me manteve presa
Em poucas horas saí do meu mundo lôbrego
E encontrei em seus olhos algo que me aqueceu por dentro
Suas mãos alisando meu rosto molhado de lágrimas
E um abraço inexplicável de proteção
Não sou dignitária de seu coração
Disfarçamos sentimentos recíprocos
E lentamente nosso mundo se torna cinza
Me toma conta a dor, a saudade e a partida
Mas consigo levantar-me ainda
E é você que me levanta, estendendo sua cuidadosa mão
Estás tomando conta de meu coração?
Sonhei contigo
Aproximaste de mim neste, lentamente com um doce beijo
Impossível, repito, impossível
Quero alguém que não vá embora
E mesmo distante, você nunca vai
Como não começar a sentir algo por ti?
Não posso, digo a mim mesma, não posso
Borboletas circulam em minhas artérias
Você, um príncipe
Eu, mera Cinderela
Deseja-me um beijo
Tire-me o fôlego
Diga que se estivéssemos perto, amaria-me
Sou cobaia de uma história que não escrevi
Esperando e temendo pelo nosso desenlace
Em volta de seu protetor abraço de pulôver
Face-a-face.







sexta-feira, 13 de abril de 2012

Pífia indireta


Indiretas, meu amor? Que doce de sua parte!
Principalmente em dizer que minhas lágrimas são falsas
Uma leve ignorância surge de alguém extremamente púbere
E sorrindo, eu danço de acordo com sua pífia valsa

Olho pra trás, porque pra mim, valia a pena
Mas estava vendada pelo fogacho do amor
A distância tirou a venda, rompi o liame
Não vale a pena ir atrás daquele que me causa dissabor

Consegui alinhar minha verdadeira simetria
Aquela menininha se tornou fleumática
Sua belíssima valsa perde o ritmo
E palmas surgem diante de nós de forma trágica

Você era minha pia-máter
Mas por ser prófugo de nosso amor, mergulhei em letargia
A dor me deixou flébil, nossa guerra em pugilato
Levantando de uma queda do abismo da vida

O nosso gáudio não existe mais
Nossos músculos involuntários pulsantes não se aquietam
Nossa valsa rutila de uma forma frágil
Suas estúpidas indiretas jamais me afetam

Nossa valsa por aqui se encerra.




segunda-feira, 9 de abril de 2012

Porta



Atroz
Infelizmente estamos sós
Os pesadelos às vezes é minha sucinta companhia
Trancaram e engoliram a chave da minha saída
Este meu amor perpétuo
Entope as artérias do meu coração de interrogações
Tudo tão incerto
Domina-me a raiva do seu medo mentecapto
Sua personalidade míope me apavora
Por favor, destranque a porta
Eu necessito sair
Saia desse latíbulo, mostre sua verdadeira face
Talvez será tarde, se ficar neste orgulho lúgubre
Me iludi por suas promessas pérfidas
Hoje se tornaste uma pessoa marmórea
Por favor, eu imploro, destranque a porta
Não consigo mais ficar aqui
Nesse momento ardil
Tornei-me noctívaga em seus sonhos
Quero que deste amor, deixaste de ser leigo
Me abrace levemente, sufocando- me em seu peito
Enquanto nosso amor é ameaçado pelo medo
Destranque a porta, deixe-me passar
Meu universo sempre foi onírico
Mas seu orgulho sisma em estourar a bolha do meu eu-lírico
Sufocando-me com seu desprezo satírico
Te guardei em um lugar aquecido
Enquanto aqui fora, sinto frio
Tento abrir a porta, não consigo
Enquanto me alimento com seu olhar sombrio.





sábado, 7 de abril de 2012

Adeus


É por amor que você foi embora
Assim, morri
E eu tentando ver você
Tola apaixonada
Essa história me maltrata
Não consigo aprender
Mas fostes embora
Deixou a porta aberta de nossa história
Talvez eu hei de partir
Antes de sucumbir
Depressiva já estou
Por errar, paguei tudo com sorrisos
Ponto final, grandes desvarios
Lágrimas molham minha face encardida de dor
Por favor Senhor, de mim tire este amor
Porque mais uma vez, o final disso já sei de cor
Vou caminhar tudo isso melancólica, fria e só
Pois por amor, de cabeça erguida fiquei!
Assim, por você ir embora
Morri de saudades outra vez...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

A última

   
   
   Acho que vai ser o post mais significativo pra mim. O que vai definir e te mostrar o quanto me esforço e o quanto me entristeço. Já digo de antemão que vai ser a coisa mais triste que já escrevi, a mais desesperadora, a mais angustiante. É diretamente pra você. Aquele que me prometeu o mundo e me deu absolutamente nada. Aquele que desdenha daquela que um dia já foi algo importante pra você, se é que já fui...
   Não é legal sonhar com sua partida todas as noites, queria estar exagerando em tudo isso, mas pelo o incrível que pareça, não estou. Não é legal fechar os seus olhos e imaginar que a pessoa que você mais ama está beijando outra, ou outras coisas. É algo que seca minha boca e dá um nó enorme em minha garganta, o coração fica apertado, pequenininho e não consigo evitar de chorar. É o único jeito de aliviar as mágoas... chorar.
   Já disse como olho a lua? Eu a olho chorando porque vem na cabeça aquela música que me lembra você, Talking To The Moon. Eu ando na rua te procurando, mesmo sabendo que não estará lá. Olha que idiota eu sou. E meus olhinhos se enchem d'água outra vez...
   Sinceramente, eu tento te esquecer de todas as maneiras possíveis, seja me enfiando no quarto me entupindo de livros, seja conhecendo outras pessoas, mas é impossível. Em qualquer detalhe da vida, eu vou lembrar de você, do seu sorriso, das suas piadas estúpidas, dos apelidos idiotas e carinhosos que você colocava em mim e eu ficava brava. Eu quero me livrar disso tudo porque dói, mas ao mesmo tempo essa dor me mantem viva. A dor te faz real pra mim. É a única coisa que me faz lembrar que aquilo tudo que passamos foi real. Que eu te beijei, te abracei, te apertei, te bati, te belisquei gentilmente. Sufoca, meu menino... Isso tudo me sufoca demais. Eu só espero que diante desse obstáculo que enfrento sozinha, você esteja no final e me abrace. Não precisa dizer nada não, só me abrace. E me leve junto consigo.
    Quantas vezes acordei com o intuito de te esquecer, mas foi algo impossível? Aquele vazio e desespero horroroso me acompanham de mãos dadas. Tudo que eu escrevo, tudo, tem você envolvido, essa é a verdade. Eu me vejo sozinha, lutando sozinha num pesadelo interminável. Machuca. É gritar sem voz. Dentro de mim está oco. Eu olho pro meu futuro e não me vejo com mais ninguém, só me vejo com um grande idiota amoroso e confuso que é você. Isso não é declaração. Isto é realidade. Sei lá... não sabia que o amor era algo forte demais que pudesse te desequilibrar. Eu tento viver minha vidinha pacata e vazia sem você. Eu sorrio sim hoje, mas sorrio pra você saber que ainda sei sorrir.
    Queria não sentir essa dor toda, porque sou muito nova e tenho altos sonhos. Mas o sonho que mais me domina é só um: você do meu lado.
    Eu quero começar a respirar aliviada e feliz...
    Com você.


    "You will remember (Você se lembrará)
     When this is blown over, (Quando isso acabar,)
    And everything's all by the way, (E todas as coisas ao longo do caminho,)
    When I grow older, (Quando eu envelhecer,)
    I will be there at your side, (Eu estarei lá ao seu lado,)
   To remind you how I still love you (Para lembrá-lo como eu ainda te amo)
   I still love you. "(Eu ainda te amo.)
 - Love Of My Life - Queen ♪

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sigo o som das batidas



Dou 3 passos
Recuo 2
A vontade e a fé ainda me dominam
Tudo em volta é cinza
Os caminhos mudam sozinhos
Não sei onde pisar
Estupidamente, sigo o som de batidas
Quando fracas, sinto dor
Quando fortes, alegria
Raro quando a batida se torna forte
Tudo muito escuro
Me domina a sorte
Sobrevivo a cada corte
Que surge quando lembro de sua partida
Quero esquecer
Quero a saída
Quero você e a nossa partida
Sorrio enfraquecida
A lembrança me golpeia
Nunca passa, nada passa
Anestesiada
Tudo perdeu a graça
Ouvi seu nome
Fortes batidas
O mundo coberto de escuridão
Dominou-me um leve sorriso
Alegria

Identifica-se


De onde estou
É do seu abraço que preciso
Do seu jeito de menino
Mesmo sendo meu melhor amigo
Da distância me magoo
Um pedaço de mim fica morto
E surge a frustração de não poder tocar em seu rosto
Sorrio de leve com seu "Bom dia, meu anjo"
Nunca perdendo esse pequeno encanto
Inocente, casual
Seu olhar é o ideal
O que te faz especial
A distância não permite te tocar
Surge em minha face uma gota fria de lágrima
Fecho os olhos
Imagino-me do seu lado
Fazendo-lhe cafuné enquanto dormes
Você fecha os olhos também?
Eu tenho medo de me declarar
E você, por impulso, se afastar
E não quero me machucar
Sou só uma irmã e amiga
Jamais me arriscaria
Não devia criar esta poesia
Mas precisava desabafar
Me sinto sufocada
Não vamos nos declarar
Isso deve machucar
Ocultaremos a sensação de amar

terça-feira, 3 de abril de 2012

Tradução



Te odeio
Por ser tão fraco e me esquecer
A raiva impera
Quando sua covardia grita
Seu orgulho desperta o lado triste em mim
Enoja-me
Me deixa assim chorando
Sentindo falta do seu colo
E desperta-me um ciúme enquanto imagino
Outra contigo
E num abismo
Eu pulei sozinha
E eu te amo mais que minha própria vida
Mesmo estando com raiva de ti...
Um traço de engano
Quando tento me apegar em um outro alguém
Porém há um residente em meu coração
Transborda-me em emoção
Fluí-me em imaginação
Guardo-o comigo a cada passo
Sigo a nossa melodia a cada compasso
Cara-a-cara, derreto seu coração de aço
Sim...
É de você que eu falo.